2018. Que ano!
Nós, nestes anos de Aruanã, já presenciamos anos ruins e anos maravilhosos, além de crise de identidade, assim como pra qualquer pessoa ou empresa. Pensamos que o melhor adjetivo para esse ano é INTENSO e, acima de tudo, um ano diferente! Parecia que a velocidade do mundo tinha mudado na virada do ano. Ano cheio de mudanças em todos os níveis, em termos de Brasil, com uma eleição maluca e em termos pessoais nos nossos círculos de amigos e colegas.
Foi um ano em que nós, da administração, pra não ficar de fora, decidimos que seria o ano da mudança também! Aliás, isso foi decidido enquanto as mudanças já estavam em andamento, quase sem querer ou perceber. Era inevitável essa decisão num ano de tantos questionamentos!
Quem somos? Como nascemos? Porque existimos? Qual a nossa identidade? Pra quem trabalhamos? Onde queremos chegar? Qual o nosso propósito de vida? Que legado queremos deixar pro mundo?
Quem conhece nossa história sabe que os fundadores do Aruanã, Victor e Gua, nossos pais, tinham seus pensamentos e desejos 28 anos atrás, seu modo de trabalhar e administrar o negócio. Um pouco mais pra frente, o Fabio, nosso irmão, também criou sua própria maneira de dirigir a empresa, passando por suas mudanças e desenvolvimento pessoais. Sabemos também que cada uma dessas pessoas físicas deu seus toques especiais e abdicou de muitas coisas pessoais em nome da pessoa jurídica.
Neste ano, faz 5 anos que nós duas estamos à frente do Aruanã, enfrentando nossas próprias questões, batalhas e transformações, ao lado da nossa mãe, que ainda atua na empresa em momentos estratégicos e como conselheira, assim como o Fabio. Papito, infelizmente, há 4 anos não consegue mais participar por questões de saúde, apesar de ter sido um cara genial que investiu tudo nessa ideia.
Durante esse tempo enfrentamos grandes lutas, inclusive a pior de todas em 2014, que foi a saúde do nosso pai, que teve AVC e diversas infecções, ficou 86 dias internado e saiu do hospital totalmente dependente e com a memória alterada. Foi muito difícil, ao mesmo tempo em que se tornou nossa maior prova de resistência e resiliência quando vimos que sobrevivemos a tudo o que aconteceu nesse tempo.
Ao longo da nossa trajetória tivemos que nos transformar muitas vezes e, neste ano maluco, buscamos, mais do que isso, nos reinventar, mantendo nossa essência que sempre foi marca registrada: o cuidado com a criança e o olhar para o indivíduo. Com todos aqueles questionamentos não poderia ser diferente, fomos buscar as respostas e acabamos renascendo, com mais força, amigos, amor, companheirismo, respeito, colaboração. Nós, da família Gaudio, junto com nossa equipe talentosa, nos tornamos uma grande família, mais unida que nunca.
Descobrimos que é preciso bagunçar pra poder re-organizar, entender pra poder mudar, aprender pra poder ensinar e compartilhar pra multiplicar. Aprendemos que pedir ajuda é um ato de coragem que pode abrir caminhos nunca pensados e trazer novas amizades. E que nosso papel não é vender eventos, mas sim construir um mundo melhor, criando pontes, transformando uma criança por vez, cada uma que pisa no nosso Vale Encantado, e que elas distribuam seus aprendizados pelo mundo.
Entendemos que o Planeta Terra não é nosso, mas co-habitado por nós, que devemos respeitá-lo e cuidar bem dele, com atitudes conscientes e que, ao cuidar dele, cuidamos de nós mesmos e do futuro. Entendemos também que respeitar o planeta é respeitar a diversidade das pessoas integralmente.
Acreditamos que temos uma joia rara em nossas mãos, uma oportunidade enorme de fazer a diferença na vida de muitas pessoas, tanto de nossos visitantes, quanto de nossos colaboradores e suas famílias. Sabemos que precisamos usar essas ferramentas poderosas que temos para a educação do indivíduo em sua forma integral, com valores humanos, valorizando a cooperação, autonomia e respeito, através de experiências, vivências e trocas de conhecimento de forma sustentável.
Valorizamos a individualidade de cada um para o bem coletivo e que nossa filosofia seja aplicada na vida real, no dia a dia dos integrantes da equipe, que nada seja da boca pra fora. Que boas ações sejam nossa rotina, que não prejudicar o meio ambiente seja nosso padrão, que escutar e aprender sejam nosso cotidiano, que a colaboração seja nossa vida.
Para acompanhar nosso renascimento, mantendo nossa essência, precisamos dar aquela repaginada no visual também. Pra isso, fomos atrás das nossas origens e da nossa identidade e resolvemos contar tudo isso pra vocês, resumidamente.
Diz a lenda que Aruanã era um peixe que vivia nas profundezas do rio Araguaia. De vez em quando subia às margens do grande rio para contemplar a vida humana. Ele ficava muito triste, pois pensava que a verdadeira felicidade estava no cheiro do ar, na beleza da terra e no calor do sol. Não se sentia completo sendo peixe e sonhava em um dia tornar-se homem e correr pela terra seca… Um belo dia, subiu à superfície e suplicou ao deus Tupã para que o tornasse humano. Tupã achou o peixe tão corajoso que resolveu transformá-lo num guerreiro. Assim, Aruanã se tornou o pai da etnia dos Karajás. (fonte: Povos Indígenas do Brasil)
É assim que nos vemos hoje, coragem e resiliência, lutando pelo que acreditamos, guerreiros da natureza.
Existe um termo Zulu, Ubuntu, que representa bastante sobre nosso modo de trabalho e filosofia, que significa “Sou o que sou pelo que nós somos”. É isso. Não somos nada e não fazemos nada sozinhos. Por isso, convidamos vocês a fazer parte dessa caminhada com a gente.
Vamos ubuntar?
Carol e Camila
Família Aruanã
